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AQUELE QUE COMPREENDER QUE NÃO PODERÁ SER UM PERITO HONESTO, SEJA HONESTO, NÃO SEJA PERITO.....
(Abraham Lincoln)

sábado, 28 de julho de 2012

Arma utilizada para matar jornalista será enviada ao DF

Peritos do Icrim entregaram nesta quarta (18) laudos referentes à reconstituição do assassinato do jornalista e à análise da pistola .40 cuja origem ainda não foi definida


Peritos do Icrim mostram croqui com os passos
de Jhonatan Sousa no dia do assassinato de Décio Sá

Vasta documentação, com mais de 50 páginas de texto, fotografias, croquis, mapas e também imagens de vídeo, relativos aos laudos da pistola .40 Taurus e da reconstituição do assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá, foi entregue pelo Instituto de Criminalística (Icrim) à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) na manhã de ontem. Até o momento, apenas a origem dessa arma que ainda não ficou definida e, provavelmente, ela será encaminhada para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, ainda esta semana.

O diretor do Icrim, Carlos Henrique Roxo, falou que todo o material apreendido no dia do crime, 23 de abril de 2012, e pós-crime foi analisado de forma criteriosa e minuciosa em diversas vezes. Esse material compõe mais de 200 imagens de vídeos, fotografias e também depoimentos tanto de testemunhas e como de acusados e somente a equipe de peritos foram ao local do crime mais de 20 vezes. No laudo foram reproduzidas todas as cenas do fato, pois, segundo ele, esse documento é considerado uma prova técnica que vai acompanhar o depoimento do assassino confesso, no caso, Jhonatan de Sousa Silva.

Roxo ainda frisou que a reconstituição feita no dia 3 de julho com a participação de Jhonatan Silva foi fundamental para esclarecer um dos pontos do andamento do crime e um desses foi que a arma fosse encontrada. Ela estava enterrada na duna da Praia de São Marcos a 20 ou 30 centímetros de profundidade e apresentado oxidação, ou seja, ferrugem.

Como ainda, neste primeiro momento, foi constatado pelos peritos do Icrim, que pistola tinha sido pintada e raspada no local onde há numeração. “A polícia não acreditava que a arma estava no fundo da Baia de São Marcos, pois, o homicida não tinha como fugir do local sem camisa e com uma arma na cintura”, diz Roxo.

Também relatou que a origem da arma não foi identificada pelo fato da numeração da arma ter sido raspada de forma profunda. No Icrim, ela foi submetida há diversos exames, inclusive, da revelação latente. De acordo com Roxo, um exame feito de forma manual com o uso de ácidos, mas, com um resultado de 100% de garantia. “A numeração foi raspada, inclusive, o segredo da arma, pois, isso permite a conclusão que essa arma era preparada para cometer ações criminosas e por pessoas com um grande conhecimento em armamentos”, ressalta.


Exames de precisão
O superintendente da Polícia Técnica do Icrim, Cássio Freitas, falou que os peritos do instituto estão analisando a pistola desde o dia em que ele foi encontrada, no dia 5 de julho. No primeiro momento, ela foi submetida pelo exame de comparação balística e por meio desse trabalho ficou confirmado que a pistola . 40 foi usada para executar o jornalista Décio Sá.

Cássio Freitas disse que nesse tipo de procedimento, os peritos trabalharam com os projeteis retirados do corpo da vítima com os que foram disparados pela arma encontrada na duna da Praia de São Marcos. Logo em seguida, esse material é analisado no microprocessador balístico para verificar a igualdade das rachuras. “Todos os projéteis em estudo tiveram as rachuras iguais e isso acabou provando de fato que a arma encontrada na Duna foi utilizada pelo homicida Jhonatan Silva”.

Depois dessa confirmação, ainda segundo Cássio Freitas, a arma foi submetida ao exame de revelação latente. Esse procedimento é feito de foram manual em que passam por cima vários tipos de ácidos para revelar algo que está, no primeiro instante, invisível a olho nu. Mas pelo fato, da numeração ter sido raspada de forma profunda não foi possível constatar a origem da arma.

Laudo da reconstituição do Caso Décio Sá é concluído pelo Icrim

O laudo é composto de 50 páginas que mostram toda a dinâmica do crime.

O laudo da reconstituição do assassinato do blogueiro e jornalista de O Estado Décio Sá, ocorrido no dia 23 de abril, em um bar na Avenida Litorânea, em São Luís, foi finalizado e entregue ontem, após 15 dias de sua realização, à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e será incluído no inquérito policial que investiga o crime. A reconstituição, ou reprodução simulada dos fatos, foi realizada durante a tarde e a noite do dia 3 deste mês, com a participação do paraense Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, assassino confesso do jornalista.

O laudo é composto de 50 páginas que mostram toda a dinâmica do crime, desde o momento em que o executor espreitava o jornalista na porta do Sistema Mirante até a concretização do ato criminoso, em um bar na orla marítima.
De acordo com a perita criminal Anne Kelly Veiga, que coordenou os trabalhos da equipe de perícia no dia da reconstituição, a reprodução dos fatos é uma peça-chave para a conclusão do inquérito policial que apura a morte do repórter da editoria de Política de O Estado. "A reconstituição vem principalmente para verificar a coerência do relato do Jhonatan e também as declarações que foram dadas pelas outras testemunhas", explicou a perita.

Dúvidas - Ela esclareceu que a reprodução simulada dos fatos objetiva, também, dirimir as dúvidas que ainda existiam na dinâmica do crime. Uma das dúvidas era com relação à arma utilizada no assassinato, uma vez que, em depoimento, Jhonatan de Sousa disse que havia jogado a pistola na Baía de São Marcos, durante uma viagem de ferry-boat que ele havia feito à Baixada Maranhense. No entanto, após a reconstituição, ficou comprovada que a versão não era a verdadeira e, dias depois, a pistola foi encontrada enterrada em um morro de areia, na Avenida Litorânea.
A perita disse, também, que a participação do assassino confesso do jornalista na reconstituição foi de fundamental importância para se entender perfeitamente como ocorreu o assassinato de Sá. "O Jhonatan tem uma memória fotográfica muito boa e isso também ajudou no trabalho", enfatizou Anne Veiga.

Procedimentos - O laudo da reconstituição do assassinato de Sá demorou 15 dias para ser concluído, pois envolvia um trabalho minucioso, visto que a reprodução dos fatos foi feita em frente ao Sistema Mirante, onde Jhonatan de Sousa espreitava o jornalista; em um quiosque Ponta d'Areia, onde ele se encontrou com um homem identificado apenas como Diego (um dos que lhe deram fuga no dia do crime) e ficaram conversando; em uma das propriedades do empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, para onde os dois seguiram; e por fim no bar da Avenida Litorânea, onde ocorreu o crime. "São várias cenas que tiveram de ser analisadas profundamente para se compreender como ocorreu a dinâmica do crime", afirmou Anne Veiga.

Durante a reconstituição do assassinato do jornalista, uma equipe de peritos acompanhou passo a passo a reprodução das ações feitas por Jhonatan de Sousa no dia do crime que culminaram com a execução de Décio Sá. Durante a reprodução simulada dos fatos, cada perito ficou responsável por uma função, entre as quais se destacavam a realização do registro fotográfico, a filmagem, as medições do terreno e o desenho dos croquis.
Logo após a realização dessa etapa, foi iniciado o trabalho de elaboração do laudo pericial. Para esse procedimento, foi utilizado um programa de computador chamado de AutoCAD (um software amplamente usado na engenharia e na arquitetura para projetar desenhos em duas e três dimensões) e um mapa digital da cidade de São Luís para reproduzir no papel os locais incluídos na reconstituição. Por fim, foi feito um cruzamento das informações obtidas no dia da reconstituição com o material obtido com os desenhos.

Balística - Os exames de comparação balística comprovaram que os disparos que mataram o jornalista Décio Sá saíram da pistola ponto 40 encontrada em um morro, na Avenida Litorânea, no dia 5 deste mês. No entanto, os técnicos do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim) não conseguiram identificar a sua procedência. Por essa razão, ela foi devolvida à Seic e nos próximos dias deverá ser enviada a outro estado que tenha condições de identificá-la.
Segundo os técnicos do Icrim, a arma foi encontrada com a numeração de série e o brasão, que identifica a qual corporação pertence, raspados. Dessa forma, torna-se impossível saber qual a sua procedência. O diretor do Icrim, Carlos Henrique Roxo de Abreu, explicou que foi feito o exame de "Revelação em Microvestígio Latente em Cunhagem a Frio", que utiliza uma espécie de ácido para revelar a numeração e o brasão da pistola que tinham sido raspados. No entanto, os técnicos do Icrim não obtiveram êxito com o teste.

"Ela foi toda raspada e depois pintada de preto. O brasão e o número de série não constavam na pistola. Quem fez isso sabia perfeitamente o que estava fazendo, pois a arma foi preparada exatamente para executar o jornalista", avaliou o diretor do Icrim.

Mais
Apesar de ainda não ter sido identificada a procedência da pistola ponto 40, os peritos do Instituto de Criminalística comprovaram que os disparos que mataram o jornalista partiram dessa arma. Para ter a certeza, os peritos utilizaram um aparelho chamado de "Microcomparador Balístico" e fizeram a comparação entre os projetes encontrados no corpo do jornalista e o que estava na agulha da arma.

Números
15 dias foi o tempo que os peritos precisaram
para concluir o laudo
50 páginas compõem o laudo da reconstituição do
assassinato do jornalista Décio Sá
6 plantas fazem parte do material entregue ontem pelo Icrim à Secretaria de Segurança
50 fotografias também integram o laudo da reconstituição concluído ontem